As motocicletas sempre desempenharam um papel crucial no transporte brasileiro, oferecendo mobilidade acessível e econômica para milhões de pessoas. No entanto, o setor vem passando por mudanças significativas devido às exigências ambientais impostas pelo Programa de Controle da Poluição por Motociclos, Ciclomotores e Similares (Promot). Desde sua criação em 2002, o Promot evoluiu com fases cada vez mais restritivas para reduzir emissões de gases poluentes e ruídos, forçando fabricantes e consumidores a se adaptarem a uma nova realidade.
O que são as fases do Promot?
Instituído pela Resolução Conama nº 297/2002, o Promot foi criado para controlar a poluição gerada por motociclos e similares. Cada fase estabelece limites mais rigorosos para emissões de poluentes como monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado.
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A fase mais recente, M5, entrou em vigor em 2023 e proibiu a fabricação de motos com carburadores no Brasil. A substituição pela injeção eletrônica trouxe avanços significativos na redução de poluentes, mas também impôs desafios, especialmente para modelos mais acessíveis.
Objetivos principais do Promot:
Reduzir emissões de poluentes para melhorar a qualidade do ar.
Alinhar o mercado nacional aos padrões globais de sustentabilidade.
Estimular a adoção de tecnologias mais limpas, como a injeção eletrônica.
Como a Fase M5 afetou as motocicletas populares?
A transição para a Fase M5 teve um impacto direto no mercado das motos mais acessíveis. Modelos tradicionais, que usavam carburadores pela simplicidade e custo reduzido, deixaram de ser fabricados. Marcas como Haojue e Shineray, conhecidas por atender consumidores de baixo poder aquisitivo, enfrentaram dificuldades para adaptar seus produtos às novas exigências tecnológicas.
Como consequência, motos icônicas como a Avelloz AZ1 e a Haojue Chopper Road 150 desapareceram das concessionárias, marcando o fim de uma era. Para os consumidores, isso significou um aumento nos preços iniciais e nos custos de manutenção das novas motocicletas equipadas com injeção eletrônica ou sistemas com catalisadores duplos.
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Além disso, para atender aos limites da Fase M5, algumas motos populares, como a nova linha CG da Honda e modelos de baixa cilindrada da Yamaha, tiveram suas potências reduzidas, sacrificando parte do desempenho em prol da eficiência ambiental. Essa tendência deve continuar em 2025, com modelos ajustados para atender tanto às normas quanto à necessidade de oferecer opções acessíveis.
O futuro das motos populares em 2025
A transição imposta pelo Promot trouxe desafios, mas também oportunidades. As fabricantes estão investindo em soluções que conciliem custo, sustentabilidade e desempenho. Apesar da redução inicial de potência em algumas motos, espera-se que novas tecnologias, como sistemas de injeção mais eficientes e motores projetados para maximizar o desempenho dentro das normas ambientais, se tornem padrão.
O que esperar a partir de 2025:
Motos populares mais eficientes e limpas, mas possivelmente com menor potência inicial.
Inovações tecnológicas que possam reverter parte da perda de desempenho.
Preços mais elevados, porém compensados por economia de combustível e menor impacto ambiental.
O futuro das motos populares dependerá da capacidade das montadoras de equilibrar custo, eficiência e desempenho, garantindo que os consumidores brasileiros continuem a contar com opções acessíveis e ambientalmente responsáveis. Em 2025, as motocicletas serão um reflexo desse esforço conjunto, unindo sustentabilidade e inovação.
Fontes: Programa de controle de emissões veiculares (Proconve), Disponível em:
https://www.gov.br/ibama/pt-br/assuntos/emissoes-e-residuos/emissoes/programa-de-controle-de-emissoes-veiculares-proconve
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